
A criação de três universidades federais vocacionadas para a integração regional pretende mostrar para o mundo que é possível unir países e continentes por meio da educação. Foi o que afirmou o ministro da Educação, Fernando Haddad, referindo-se à Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), à Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira (Unilab) e à universidade de integração da Amazônia — cujo nome ainda não foi definido.
Segundo Haddad, as três universidades se distinguem das demais pelo projeto político-pedagógico inovador. A intenção é favorecer a mobilidade estudantil nas comunidades latino-americanas e luso-afro-brasileiras. “Não queremos oferecer cursos tradicionais, mas construir uma identidade entre os países, que possibilite o desenvolvimento de cada um”, afirma.
(...)A proposta da universidade é formar recursos humanos para contribuir com a integração entre o Brasil e os demais países-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), especialmente os africanos.A intenção é promover o desenvolvimento regional e o intercâmbio cultural, científico e educacional. (...)
A sede da nova universidade será em Redenção (CE), município a 66 quilômetros de Fortaleza, o primeiro a abolir a escravidão no Brasil, em 1883. O projeto de lei que cria a universidade está em tramitação no Congresso Nacional.
Metade das vagas será destinada a alunos brasileiros e a outra metade, aos estrangeiros. Oito países integram a CPLP: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
Composta por 16 membros, a comissão de implantação da Unilab vai definir aspectos sobre o projeto político-pedagógico da universidade, os cursos, as vagas, o vestibular, entre outros. Os cursos deverão ser ministrados de forma presencial e a distância.
A nova universidade levará em conta as carreiras pelas quais os países da CPLP têm maior interesse. O ponto de partida são as licenciaturas, ciências agrárias, ciências da saúde e gestão pública e privada.
O presidente da comissão, Paulo Speller, afirma que a missão da Unilab é resgatar uma dívida histórica com o povo africano. “Não queremos levar uma receita pronta de educação superior, mas construir, por meio de uma interlocução efetiva, propostas de formação”, ressalta. Uma das idéias é a cooperação com universidades dos outros países, para que o estudante faça uma parte do curso no Brasil e outra parte em seu país de origem.
A previsão é que a Unilab comece a funcionar em 2010. “Esperamos que em breve já possamos ter em mãos o primeiro relatório com a proposta de estruturação acadêmica”, diz Speller.
17 de octubre de 2008
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